Era apenas um pequeno restaurante na berma da estrada, um daqueles locais calmos onde apetece parar para descontrair um pouco e comer qualquer coisa. Tirando os donos da casa estavam apenas mais meia dúzia de pessoas no estabelecimento.
De repente ouviu-se um barulho ensurdecedor que quebrou a calma do local e um grupo de motociclistas parou junto à entrada no meio de uma nuvem de poeira e de um enorme alarido. Estacionadas as motos o grupo entrou no restaurante falando alto, dando palmadas uns nos outros e soltando sonoras gargalhadas. Já livres dos capacetes e luvas, e também de uma parte do pó que traziam nos fatos negros, dirigiram-se ao balcão onde pediram cervejas.
Perante o grupo ruidoso de motociclistas vestidos de cabedal e exibindo tatuagens, uma parte deles com capacetes que faziam lembrar os do exército nazi, era notório que as restantes pessoas se sentiam atemorizadas e inseguras.
Foi então que um deles, com uma enorme caveira bordada nas costas do blusão de cabedal sem mangas, um piercing no nariz e uns brincos enormes nas orelhas, dignos de qualquer pirata das Caraíbas, se dirigiu ao homem que estava no balcão e lhe perguntou se tinham telefone. O homem indicou-lhe um telefone público ao fundo da sala. Quando o tipo da caveira pegou no telefone fez-se silêncio e todos os presentes puderam ouvir a conversa:
- Tou, mãe? Olha, é só para avisar que hoje vou chegar um bocadinho mais tarde a casa.
1 comentário:
Andas com uns textos giros. Grande música e grande filme, gostei bastante deste post. Um abraço
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