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terça-feira, 23 de março de 2010

Eleições na Colômbia - a Maria ganhou?

O homem não pode fechar-se na sua concha e viver virado para dentro. Isto aplica-se a tudo, inclusive à política.


Seguindo tal princípio, e já farto de Josés, Manuelas, Paulos, Franciscos, Jerónimos e outros, decidi há algum tempo acompanhar a política internacional. A política é como a bola: se um tipo quer estar à altura para discutir o assunto com os amigos não basta saber o nome dos jogadores todos do Olhanense ou quantos golos o Leixões sofreu em casa, não chega dominar o mundo da redondinha nacional; é preciso olhar para fora sem se limitar ao Real de Madrid, ao Manchester United e aos outros grandes. Conhecer o campeonato da Grécia, saber quantos pontos tem o 14º classificado no Scudetto em Itália, conhecer as manias dos árbitros alemães e entender perfeitamente as razões que levam o Bernardino Pedroto a optar sempre pelo Lamá para defender as redes do Petro de Luanda, podem parecer questões menores, mas são trunfos para quem quer ser alguém numa discussão de café sobre futebol. Sim, os homens também falam de outras coisas sem ser gajas.


Decidido a alargar os meus horizontes políticos além do cenário caseiro começo a ver as notícias internacionais e só passa Obama, Merkel, Jintao, Barroso, Sarkosy, Zapatero e mais uns quantos, quase tão habituais e conhecidos nos lares portugueses como o António Fagundes ou a Fernanda Montenegro. Só o óbvio. Onde estão os cromos difíceis, aquele conhecimento que marca a diferença, o comentário que lançado na hora certa deixa o interlocutor com a mini suspensa a meio caminho entre a mesa e os lábios? Assim não dá! É o mesmo que saber que a mãe do Ronaldo é a Dona Dolores ou que o Toy é um moço de Setúbal que canta e gosta quase tanto de robalos como o Armando Vara. Grande novidade... Qualquer reformado sabe isso sem precisar de ler o jornal ou ver os noticiários. Quem é que alimenta uma conversa decente com material deste?


Decidido a melhorar os meus skills oratórios no tocante à política internacional resolvi focar-me na Colômbia, um país da América do Sul que de vez em quando anda na boca de muita gente e, mais regularmente, nos narizes de muitos mais. A capital é Bogotá mas a cidade mais conhecida em todo o mundo é Medellín, por causa de uma rapaziada lá da zona que mandava tanto ou mais no país que os governantes da capital. As suas maiores exportações são a coca e os objectos em que ela é dissimulada para sair do país: sejam peças de mobiliário, roupa interior, preservativos para fazer bolinhas e inserir no recto, pneus importados por dirigentes desportivos ou outros.

No passado dia 14 realizaram-se eleições e o partido do actual presidente, um tal de Uribe, deve manter a maioria dos tachos a que as suas listas, compostas por modelos, militares reformados, ex-reféns das FARC, apresentadores de televisão e até alguns políticos mais ou menos de verdade concorriam. Eram 102 os cadeirões disponíveis no Senado e não me interessa nada quem vai sentar-se neles. Já no que toca aos 166 da Câmara dos Representantes a coisa muda de figura e só não me importo com 165, o lugar restante espero que seja ocupado pela candidata Maria Fernanda Valencia, que assim terá a oportunidade de mostrar ao mundo as suas qualidades.

A senhora é casada, tem 42 anos, três filhos, é advogada, já foi vice-ministra do Turismo e apresentadora de televisão. Sem boas ligações a nível político e com pouco dinheiro, conseguiu levar a sua campanha a saltar as fronteiras do seu país, de tal modo que eu próprio teria votado nela se tivesse nascido colombiano. Bastou prometer que caso fosse eleita posaria nua para a revista masculina Soho!... Manifestando-se disposta ao sacrifício pela causa pública e a oferecer aos outros o melhor de si, Maria consegue provar que numa campanha os melhores atributos dos candidatos nem sempre são políticos. Só nos basta rezar para que a Manuela Ferreira Leite nunca prometa fazer o mesmo, não vá o diabo tecê-las e ela ganhar...


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Passados tantos dias apetece perguntar: onde param os jornalistas portugueses? Que é feito do nosso direito à informação? Onde estão os resultados das eleições na Colômbia? Eu não quero saber se foi o partido do outro que ganhou, quero é saber se a Maria foi eleita!... Estou convencido que, ao contrário da maioria dos políticos, vai cumprir a sua promessa - a de se despir, claro, as outras, de melhorar não-sei-o-quê ou de fazer não-sei-quantos, não me interessam nem são para aqui chamadas, quem votou nela que se desenrasque. Onde estão as notícias sobre a Maria? Quero lá saber da Hillary! Essa está sempre nos noticiários, mas toda a gente concorda que se fosse alguma coisa de jeito o Bill não precisava de ter andado enrolado com a Monica. E a Merkel deve fazer a barba umas duas vezes ao dia...
Já a presidente da Ucrania, Yulia Tymoshenko, só deve cortar a pelagem em zonas mais recatadas - ou não - e à primeira vista aparenta fornecer boa matéria para uma conversa sobre política internacional digna de qualquer café e também da maioria das tabernas.

Se, num próximo escrutínio, pretender despir-se caso seja reeleita, acho muito bem. Terá o meu apoio incondicional e prometo fazer campanha junto da comunidade ucraniana que escolheu o nosso país para se estabelecer, no sentido de continuarem bem integrados na sociedade que os acolheu, preservando os laços que os unem à pátria, seja enviando uns euros à família, arrendando quartos a vizinhos lá da Ucrânia que chegaram há pouco e ainda estão ilegais ou cumprindo o seu dever cívico votando na Yulia para a presidência. Cozinheiras, jogadores de andebol, carpinteiros, strippers, médicos, empreiteiros, assaltantes de carrinhas de valores e tantos outros que aqui procuram uma vida melhor, a todos vou avisar que se não votarem na Yulia vão estar lixados comigo. O Barreiro Overnight não vai perdoar-lhes e vai fazer com que se sintam como ratinhos, açorianos ou alentejanos, aliás, vou começar a publicar aqui anedotas em que a célebre frase: Era uma vez um alentejano..., será substituída por: Era uma vez um ucraniano... Depois vão ver o que custa ser discriminado.

Por agora chega de política internacional que estas coisas são complicadas e cansam a cabeça às pessoas. Se a Maria foi eleita esperamos que mantenha a sua palavra e nos deixe ver, entre outras coisas, o traseiro que vai começar a sentar nos cadeirões da Câmara dos Representantes da Colômbia. Vai ser bom tema para debater na tasca lá do bairro, mas até lá vamos discutindo a bola e esperando por boas novas de Bogotá.

E já conhecem aquela do alentejano que ouviu nas notícias que havia indivíduos que ficavam ricos a trazer coca da Colômbia? Convocou o pessoal todo lá da aldeia e convenceu-os a juntar todas as economias que possuíam para que ele fosse à Colômbia comprar coca que depois traria para cá. Quando a vendessem iam ficar todos ricos. No regresso a aldeia em peso estava à sua espera no aeroporto. O homem trazia montes de caixotes na bagagem. Quando lhe perguntaram se tinha corrido tudo bem, de acordo com o planeado, respondeu que sim.
- Só houve uma coisita, mas não há problema.
- Mas trouxeste a coca? - perguntou o presidente da junta.
- Olhem, foi só isso que falhou. Fartei-me de procurar e não consegui encontrar, mas não se ralem que estamos safos na mesma. Trouxe Pepsi com fartura!

Grupo Coral Alentejano os Amigos do Independente

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